Dia dos Pais: Seis pais de família católicos que alcançaram a santidade

 

Na Igreja Católica, encontramos homens que, ao longo da história, demonstraram uma paternidade

autêntica e santa. Em celebração ao Dia dos Pais, destacamos alguns pais de família que atingiram

a santidade:

**São José** A Deus coube confiar a são José uma imensa responsabilidade e honra: tornar-se pai adotivo de

Jesus Cristo e esposo casto da Virgem Maria. São José exercia a profissão de carpinteiro e descendia do rei Davi. Durante a viagem a Belém

com Maria para o recenseamento, ela deu à luz Jesus em um estábulo, sendo posteriormente

obrigados a fugir para o Egito para proteger o Menino da perseguição do rei Herodes. São José criou Cristo e transmitiu-lhe a arte da carpintaria. É venerado como "Padroeiro da Boa

Morte", pois, conforme a tradição, faleceu na presença e com o consolo de Jesus e Maria. O papa Francisco ressaltou em um discurso que são José "soube descansar em Deus na oração,

levantar-se com Jesus e Maria e ser uma voz profética em meio ao mundo". **São Luís Martin** São Luís Martin foi marido de santa Zélia Guérin e pai de cinco filhas, destacando-se entre elas

santa Teresa de Lisieux, doutora da Igreja, e Leônia, cujo processo de beatificação iniciou-se em

2015. Em sua juventude, Luís aspirava ingressar na Congregação Hospitaleira do Grande São Bernardo,

mas foi rejeitado por desconhecer o latim. Dedicou-se então à relojoaria e estabeleceu-se

em Alençon (França), onde encontrou sua futura esposa.

Luís e Zélia contraíram matrimônio em 12 de julho de 1858 e geraram nove filhos, sendo que cinco

meninas sobreviveram. O casal cultivava uma profunda espiritualidade e educou as filhas

para serem católicas exemplares e cidadãs íntegras.

Zélia faleceu vítima de câncer em 1877. Luís assumiu o cuidado das filhas e mudaram-se para Lisieux.

Com o tempo, todas abraçaram a vocação religiosa. O santo desenvolveu uma enfermidade

progressiva que comprometeu suas faculdades mentais, vindo a falecer em 1894.

Em outubro de 2015, Luís e sua esposa Zélia tornaram-se o primeiro casal canonizado em conjunto.

Sua festividade é celebrada em 12 de julho, data de seu casamento.

**São Tomás More** São Tomás More nasceu em Londres em 1477 e, em 1505, desposou Jane Colt, com quem teve um filho e

três filhas. Após o falecimento da esposa, contraiu segundas núpcias com Alice Middleton. São João Paulo II destacou que More foi "um marido e pai afetuoso e fiel, cooperando intimamente na

educação religiosa, moral e intelectual dos filhos. A sua casa acolhia genros, noras e netos". Sua brilhante carreira jurídica conduziu-o ao parlamento inglês e, posteriormente, a importantes

cargos governamentais, especialmente após sua obra "Utopia" despertar o interesse do rei Henrique VIII.

Foi encarcerado por opor-se aos desejos do monarca de repudiar sua esposa para contrair novo matrimônio

e separar-se da Igreja Católica para fundar a Igreja Anglicana. Sua filha Margarida visitava-o regularmente na prisão, onde oravam juntos. Por manter-se firme em suas

convicções, foi declarado traidor e decapitado em 6 de julho de 1535. **Santo Isidro Lavrador** Desde a infância, Santo Isidro dedicou-se ao trabalho agrícola, cultivando e colhendo nos campos espanhóis.

Casou-se com uma camponesa que também alcançou a santidade: Maria da Cabeça. Tiveram um filho que, segundo a tradição, caiu em um poço com uma cesta. Oraram fervorosamente e "as águas começaram a subir até que o pequeno apareceu ileso". Aos domingos à tarde, costumavam passear em família pelos campos. Após criarem seu filho, santo Isidro e santa Maria da Cabeça optaram por se separar para dedicarem-se inteiramente a Deus. Ele permaneceu em Madri enquanto ela retirou-se para uma ermida. Santo Isidro passou seus últimos anos cultivando os campos e orando. Faleceu em 30 de novembro de 1172. **São Luís da França** Luís IX nasceu em 1214 e foi coroado rei dos franceses aos doze anos, sob a regência materna, que costumava dizer-lhe: "Filho, prefiro te ver morto a ver-te em desgraça de Deus pelo pecado mortal". Em 1234, atingiu a maioridade e assumiu plenamente suas funções monárquicas. Desposou a virtuosa Margarida de Provença, que o auxiliaria em sua caminhada rumo à santidade. Juntos tiveram 11 filhos. O rei distinguiu-se pela bondade, justiça, caridade e piedade. Educou seus filhos seguindo o exemplo materno. Participou das cruzadas visando recuperar os lugares santos e conter as invasões muçulmanas. Durante a segunda cruzada, contraiu disenteria próximo a Cartago (norte da África). Morreu em agosto de 1270. Legou um "testamento espiritual" ao filho sucessor, o futuro Felipe III, contendo orientações para ser um governante sábio, justo e santo. **Santo Estêvão da Hungria** Santo Estêvão foi rei da Hungria, esposo da beata Gisela da Baviera e pai de santo Américo. Demonstrava grande apreço pela Igreja e procurava exemplificar a piedade para seus súditos. Frequentemente se disfarçava para sair durante a noite e auxiliar os necessitados. Educou seu filho com dedicação e deixou-lhe diversos conselhos escritos sobre as virtudes que um monarca deve cultivar. Juntos defenderam o reino contra o ataque de Conrado II, imperador do Sacro Império Romano Germânico. Contudo, o jovem faleceu durante uma caçada. Ao receber a notícia, Estêvão exclamou: "O Senhor o deu a mim, o Senhor o tirou de mim. Bendito seja Deus". O rei designou como sucessor seu sobrinho Pedro Orseolo. O santo morreu em 15 de agosto de 1038, dia da solenidade da Assunção da Virgem Maria, de quem foi grande devoto.