“Se de verdade queremos que haja paz no mundo, comecemos por nos amarmos uns aos outros no seio das nossas próprias famílias”, costumava afirmar Santa Teresa de Calcutá, fundadora das Missionárias da Caridade, defensora da família e dos pobres, e exemplo vivo de misericórdia, cuja memória é celebrada neste dia 5 de setembro.
Agnes Gonxha Bojaxhiu nasceu em 1910, na cidade de Skopje, então parte da Albânia, hoje capital da Macedônia. Ainda jovem, aos 18 anos, sentiu o chamado para a vida religiosa e, acolhendo a vontade de Deus, iniciou uma jornada de santidade, consagrando-se especialmente aos mais necessitados.
Em 29 de setembro de 1928, entrou na Casa Mãe das Irmãs de Nossa Senhora de Loreto, na Irlanda. Posteriormente, foi enviada à Índia para iniciar seu noviciado. Em 24 de maio de 1931, fez sua profissão religiosa, adotando o nome de Teresa, em homenagem à santa carmelita francesa Teresa de Lisieux, padroeira dos missionários.
Durante 17 anos, lecionou em Calcutá, educando filhas das famílias mais tradicionais da cidade. Mas tudo mudou em 10 de setembro de 1946, data que ficou conhecida como o “Dia da Inspiração”. Em uma viagem de trem ao noviciado do Himalaia, encontrou um homem pobre que lhe disse: “Tenho sede!”. A partir daquele momento, compreendeu sua missão: dedicar-se aos mais pobres dos pobres, abandonando o conforto do colégio onde lecionava.
Em 1949, Madre Teresa começou a redigir as constituições das Missionárias da Caridade. Em 7 de outubro de 1950, a congregação foi oficialmente aprovada pela Santa Sé, espalhando-se rapidamente pela Índia e por diversos países ao redor do mundo.
De estatura pequena, magra e curvada, Madre Teresa surpreendeu o mundo com seu amor, humildade, simplicidade e dedicação aos doentes. Com sua vida, mostrou que a maior pobreza não estava nos subúrbios de Calcutá, mas sim nas nações ditas “ricas”, onde falta amor e onde se permite o aborto.
“Para mim, as nações que legalizaram o aborto são as nações mais pobres, têm medo de uma criança não nascida e a criança tem que morrer”, afirmou.
Nesse sentido, defendia com convicção a importância de fortalecer as famílias como caminho para a paz no mundo.
“Em todo mundo se comprova uma angústia terrível, uma espantosa fome de amor. Levemos, portanto, a oração para as nossas famílias, levemos a oração para as nossas crianças, ensinemos-lhes a rezar. Pois uma criança que ora, é uma criança feliz. Família que reza é uma família unida”, destacou a Santa.
Em 1979, recebeu o Prêmio Nobel da Paz. No entanto, a distinção não a envaideceu; ao contrário, usou a ocasião para levar mais almas a Deus. Como recordou São João Paulo II durante sua beatificação, em 19 de outubro de 2003:
“Satisfazer a sede que Jesus tem de amor e de almas, em união com Maria, Sua Mãe, tinha-se tornado a única finalidade da existência de Madre Teresa, e a força interior que a fazia superar-se a si mesma e ‘ir depressa’ de uma parte a outra do mundo, a fim de se comprometer pela salvação e santificação dos mais pobres”.
Em entrevista à revista missionária brasileira Sem Fronteiras, em 1997, foi indagada sobre a mensagem que gostaria de deixar ao mundo. Respondeu com simplicidade:
“Amem-se uns aos outros, como Jesus ama a cada um de vocês. Não tenho nada que acrescentar à mensagem que Jesus nos transmitiu. Para poder amar, é preciso ter um coração puro e é preciso rezar. O fruto da oração é o aprofundamento da fé. O fruto da fé é o amor. E o fruto do amor é o serviço ao próximo. Isso nos conduz à paz”.
Madre Teresa faleceu em 5 de setembro de 1997. Foi canonizada pelo Papa Francisco em 4 de setembro de 2016, durante a celebração do Jubileu dos Voluntários e Operários da Misericórdia.




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