O sacerdote é o fundador da Congregação de Jesus e Maria e da Congregação de Nossa Senhora da Caridade do Bom Pastor, além de ter introduzido a festa pública do Sagrado Coração.
Nascido em 14 de novembro de 1601, na Normandia, França, João Eudes foi o primogênito de seis filhos. Desde jovem, demonstrou grande inclinação ao amor de Deus.
Aos 14 anos, ingressou no colégio dos jesuítas de Caen. Apesar dos desejos dos pais de que se casasse e trabalhasse na granja, João, que havia feito voto de virgindade, recebeu as ordens menores em 1621 e estudou Teologia em Caen com o objetivo de se dedicar aos ministérios paroquiais.
Pouco depois, ingressou na congregação do oratório, fundada em 1611. Após obter a permissão paterna, foi recebido em Paris em 1623 e, dois anos depois, recebeu sua ordenação, dedicando-se à pregação.
Em 1627, durante uma epidemia de peste na Normandia, João se ofereceu para assistir seus compatriotas, passando dois meses em assistência espiritual e material. Posteriormente, foi enviado ao oratório de Caen, onde permaneceu até 1631, quando uma nova epidemia o obrigou a se separar dos irmãos para evitar contágio, vivendo no campo e recebendo sustento do convento.
Nos dez anos seguintes, dedicou-se a missões evangelizadoras, distinguindo-se por ouvir confissões após cada pregação, acreditando que "o pregador agita os ramos, mas o confessor é o que caça os pássaros".
Durante suas missões, percebeu as dificuldades enfrentadas por mulheres que haviam estado na prostituição e buscavam a conversão. Inicialmente, ofereceu alojamento temporário em casas de famílias piedosas, mas percebeu que essa solução não era adequada.
Assim, em 1671, alugou uma casa para mulheres arrependidas, desde que encontrassem trabalho. As religiosas que atendiam essas mulheres mais tarde formaram a Congregação das Irmãs de Nossa Senhora da Caridade do Refúgio, que deu origem, no século XIX, à Congregação de Nossa Senhora da Caridade do Bom Pastor, conhecida como as Irmãs do Bom Pastor.
Em 1643, após muita reflexão e oração, São João Eudes abandonou a congregação do oratório, concluindo que o clero precisava se reformar e que a congregação só poderia alcançar seu objetivo através da fundação de seminários.
Fundou uma associação de sacerdotes diocesanos com o objetivo de criar seminários para a formação de um clero paroquial zeloso. A associação foi fundada no dia da Anunciação de 1643, em Caen, com o nome de “Congregação de Jesus e Maria”.
João Eudes e seus cinco primeiros companheiros se consagraram à “Santíssima Trindade, que é o primeiro princípio e o último fim da santidade do sacerdócio”. O distintivo da congregação era o Coração de Jesus, misticamente incluindo o de Maria, como símbolo do amor eterno de Jesus pelos homens.
Em 1671, publicou o livro “A Devoção ao Adorável Coração de Jesus”. Anteriormente, já havia instituído em sua congregação uma festa do Santíssimo Coração de Maria, que incluiu uma Missa e um ofício do Sagrado Coração de Jesus.
Em 31 de agosto de 1670, a festa foi celebrada pela primeira vez na capela do seminário de Rennes e logo se estendeu a outras dioceses. Como afirmou Leão XIII em 1903, embora não tenha sido o primeiro apóstolo da devoção ao Sagrado Coração em sua forma atual, foi ele "quem introduziu o culto do Sagrado Coração de Jesus e do Santo Coração da Maria", acrescentando que "Foi o primeiro que, por divina inspiração lhes tributou um culto litúrgico".
Clemente X publicou seis bulas concedendo indulgências às confrarias dos Sagrados Corações de Jesus e Maria, instituídas nos seminários de São João Eudes.
Durante seus últimos anos, o santo escreveu seu tratado sobre “O Admirável Coração da Santíssima Mãe de Deus”, obra que concluiu um mês antes de sua morte, em 19 de agosto de 1680.
São João Eudes foi canonizado em 1925 e sua festa foi incluída no calendário da Igreja do Ocidente em 1928.
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