Conhecido também como Natanael na Bíblia, devido à sua relação com Filipe, Bartolomeu era natural de Caná, na Galileia. Sua história o consagra como um modelo para aqueles que se deixam conduzir ao Senhor por meio de outrem.
O Evangelho de São João relata o encontro de Natanael com Jesus. Após ter encontrado o Messias, Filipe dirige-se a Natanael com a entusiasmada notícia: “Achamos aquele de quem Moisés escreveu na lei e que os profetas anunciaram: é Jesus de Nazaré, filho de José” (Jo 1,45). Natanael, então, questiona ceticamente: “Pode, porventura, vir coisa boa de Nazaré?”, ao que Filipe responde com a simples, mas poderosa, exortação: “Vem e vê” (Jo 1,46).
Ao se aproximar, Jesus, segundo o evangelista, faz um elogio direto: “Eis um verdadeiro israelita, no qual não há falsidade” (Jo 1,47). Quando Natanael indaga sobre a origem de tal conhecimento, Jesus revela que já o havia visto “debaixo da figueira” antes mesmo de Filipe o chamar.
Tocada pela revelação de Cristo, Natanael faz sua memorável confissão de fé: “Mestre, tu és o Filho de Deus, tu és o rei de Israel” (Jo 1,49). Bento XVI, em sua catequese de outubro de 2006, explicou que nesta exclamação “é dado um primeiro e importante passo no percurso de adesão a Jesus”.
Na sua condição de um dos doze apóstolos, Bartolomeu acompanhou de perto a missão terrena de Jesus. Ele testemunhou os milagres, absorveu os ensinamentos, partilhou o cotidiano do Mestre e presenciou sua ressurreição, culminando com a recepção do Espírito Santo em Pentecostes, junto aos demais apóstolos.
Embora o agora Papa emérito tenha afirmado que “Da sucessiva atividade apostólica de Bartolomeu-Natanael não temos notícias claras”, ele recordou um dado histórico significativo: “segundo uma informação referida pelo historiador Eusébio do século IV, um certo Panteno teria encontrado até na Índia os sinais de uma presença de Bartolomeu”.
A tradição, contudo, aponta que o apóstolo evangelizou extensivamente, percorrendo a Índia e a Armênia. Nesta última, obteve a conversão do rei Polímio, de sua esposa e de muitos súditos. Este sucesso, porém, despertou a fúria dos sacerdotes pagãos que, com a conivência do irmão do rei, Astiages, obtiveram permissão para martirizar Bartolomeu, esfolando-o vivo. Como este tormento não lhe tirou a vida, ele foi então decapitado em 24 de agosto do ano 51.




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